Bandas:
Draconi, Burning Heart, Knightrider, Morbid Dreams
Data do evento: 11/11/2006
Resenha do show: http://www.bahiarock.com.br
por: Aguirre Talento
Um sábado extremamente chuvoso, com direito a relâmpagos e
trovoadas, não impediu a realização da quarta etapa do Maniac Metal Fight. Mas
certamente impediu muitos de irem ao show. Uma hora depois do horário marcado
para o início e o Idearium estava bastante vazio, não totalizando nem cinqüenta
pessoas. A primeira banda teve que começar a tocar assim mesmo, porém pela
metade do seu show já havia chegado mais gente, contabilizando no final cerca
de 110 pessoas.
A Draconi foi a primeira banda da noite e, quem já a
conhecia, se assustou ao vê-la no palco. Não havia tecladista e a primeira
música, Super Nova, foi tocada com o baixista Rui nos vocais. Depois disso, foi
apresentado o novo vocalista, Bruno Kucera, chamado ao palco para continuar o
show da banda, agora com Silver Sky, música com um refrão bastante pegajoso.
Soldier of Evil, nova composição, foi a próxima, com riffs ao estilo heavy
tradicional e um refrão que lembra as canções de Dio. A essa altura, o novo
vocalista já havia mostrado sua boa perfomance, vindo adicionar qualidade à
banda. Seguiram com After Effects, presente na demo Into The Valley of Death. Depois veio Power
Cross, uma música épica com 13 minutos de duração, variações na parte
instrumental e ainda uma performance cênica de Bruno Kucera. E eis o primeiro
cover da noite, mas que mantém o ritmo do show: Powerslave, do Iron Maiden, bem
executada pela banda, mostrando seu bom entrosamento. Então mais uma música da
demo: Back to Andoria, na qual o vocal entra no momento errado, mas depois se
corrige. Como ainda havia tempo, a Draconi finaliza seu show com Crazy Train,
um clássico de Ozzy Osbourne, com direito a diversos improvisos. Apesar dos
problemas com integrantes, nessa apresentação a banda mostrou estar bem afiada
e entrosada.
Depois foi a vez do hard rock da Burning Heart agitar a
noite, em uma apresentação com mais covers do que músicas próprias. O show teve
início logo com The Sinner, música de autoria da banda e cantada por vários dos
presentes, graças à sua linha vocal contagiante. Logo em seguida, uma para
levar os fãs de hard rock à loucura: Fool For Your Loving do Whitesnake. Depois
tocaram 18 and Life, do Skid Row, cantada por uma boa parte do público.
Continuando com os covers, Sometimes do Dr. Sin. O vocalista Lucas Mayfrey se
equipa de um violão para tocar a próxima música, Your Song, de autoria da
Burning Heart. Uma canção mais para o heavy metal deu continuidade ao show:
Tattoed Millionaire, de Bruce Dickinson. E então veio uma música que poderia
fazer os headbangers mais ferrenhos torcerem o nariz, mas surpreendentemente
levou grande parte do público a pular e cantar junto: You Give Love A Bad Name,
de Bon Jovi. Logo depois, Fábio da Animus Necandi foi chamado para tocar a música
seguinte, Walk In The Shadows do Queensryche. O show encerrou-se com a música
Youth Gonna Wild, do Skid Row, animando bastante o público. Um bom repertório
de covers, mas o que mostra a qualidade de uma banda são suas músicas próprias,
que nessa apresentação foram apenas duas. Falta à banda explorar mais seu
potencial.
E para dar mais peso ao show, subiu aos palcos a
Knightrider, com seu thrash metal influenciado pelo heavy tradicional.
Uma
introdução de CD demorada demais precede a primeira música, Marching To Hell,
rápida e agressiva, agitando bastante o público logo de início. Em seguida
tocaram duas músicas da demo War, The Clown e A Shinning Day Of Life, ambas já
conhecidas por vários dos headbangers presentes. E veio o cover Into The Past,
composição de um projeto do Rob Halford chamado Fight, que empolgou mesmo quem
não conhecia a música.
Voltando ao seu repertório, a Knigthrider leva In Nomine
Patri e Wartales, duas músicas com pegada thrash que mantêm a roda animada.
Godforsaken seria a próxima, seguida de um cover para encerrar o show: Fear of
the Dark, do Iron Maiden, com um erro na transição da parte lenta para a parte
rápida.
Apesar disso, a banda mostrou um show competente de thrash metal, não
deixando os espectadores pararem de bater cabeça ou digladiar.
O encerramento da noite ficou a cargo da Morbidreams, que
faz um doom metal com influências de death e foi uma das finalistas do Maniac
Metal Fight I. Enquanto a banda tocava, seria apurado o resultado da votação,
para ser anunciado ainda durante seu show. Começaram com Gods Of Ancient,
música lenta com um andamento bastante doom metal. Depois Prisoner of the Fear,
que tem partes rápidas e variação entre vocal gutural e lírico. Seguiram com
Black Tears e a banda então pediu ao baterista Júnior (que não é o baterista
oficial da Morbidreams) que mostrasse um pouco de sua habilidade, ao que ele
responde com um solo de alguns minutos.
E eis que é chegada a hora de anunciar o resultado da
votação. A vitoriosa foi a Burning Heart, com 44 votos, seguida pela Draconi
com 36 e a Knightrider com 28. Curiosamente, a banda que venceu esse Metal
Fight foi a que tocou mais covers, tendo mostrado pouco de seu trabalho
próprio, mas mesmo assim recebendo a maioria dos votos. Se o evento é feito
para revelar bandas novas do underground, elas deveriam se preocupar mais em
mostrar suas composições, para conquistar assim seu público através de suas
músicas, e não das de outras bandas.
Ainda havia tempo para a Morbidreams tocar mais algumas
músicas. O show tem continuidade com Destroyed Passion, surpreendendo pelos
guturais da vocalista Amanda. A última música foi Bloody Heart, encerrando
assim as eliminatórias do Maniac Metal Fight II, durante as quais foram dadas
chances de que bandas pouco conhecidas no cenário baiano de metal mostrassem o
seu trabalho. Ainda será realizada a etapa final da competição, para finalmente
ser escolhida uma banda para tocar no próximo Maniac Metal Fest.